“O Papa Francisco deixa um vazio imenso, mas a certeza de que ele cumpriu sua missão”

“O Papa Francisco deixa um vazio imenso, mas a certeza de que ele cumpriu sua missão”
Arquivo pessoal da jornalista Andressa Colet.

Radicada em Roma há 20 anos, a jornalista gaúcha, Andressa Collet,trabalha na rádio do Vaticano e acompanha de perto os funerais do pontífice

O mundo ainda se despede de uma das figuras mais emblemáticas da história recente da Igreja Católica: o Papa Francisco. Desde a notícia de seu falecimento, na segunda-feira (21), fiéis de diferentes partes do planeta têm se reunido no Vaticano para prestar as últimas homenagens a um pontífice que marcou época com sua simplicidade, sua voz firme em defesa dos marginalizados e seu olhar acolhedor para todos — especialmente os que vivem à margem.

As despedidas, que acontecem até hoje (25) na Basílica de São Pedro, são acompanhadas por uma comoção global que atravessa continentes e corações. Em meio a esse cenário de luto e gratidão, a jornalista gaúcha Andressa Collet, natural de Erechim e formada pela Universidade de Passo Fundo (UPF), compartilha um testemunho direto de Roma — unindo o olhar profissional de quem cobre os bastidores da Rádio Vaticano e a emoção pessoal de quem vive essa despedida de forma íntima e familiar.

“São vários os momentos pessoais que marcam muito essa despedida. O Papa Francisco deixa um vazio imenso, mas a certeza de que ele cumpriu sua missão. Ele era latino-americano, era igual a gente, com essa simplicidade e acolhimento no olhar. A gente se identificava com ele”, relata.

Morando há quase duas décadas na Itália, Andressa divide a rotina entre a vida profissional e os cuidados com a família, em meio a um período de comoção no Vaticano. “Vivemos dias de muita intensidade e cansaço, tudo é novo para mim: é a primeira vez que cubro a morte de um Papa, é tudo muito forte, muito histórico”, declara a jornalista.

Ao lado do marido, Marcelo Moreira, que atua na Embaixada do Brasil junto à Santa Sé, Andressa teve a oportunidade de fazer uma despedida íntima ao Papa, ainda na Capela da Casa Santa Marta, antes da abertura oficial do velório na Basílica de São Pedro. “Ficamos uma hora e meia para entrar e termos nosso momento com ele. Nenhum tempo se compara àquele momento”, relata emocionada.

A jornalista compartilha também a mobilização de fiéis e peregrinos de todo o mundo que chegam à Praça São Pedro para prestar a última homenagem. “Tivemos relatos de brasileiros que esperaram até cinco horas na fila para ver o Papa. Famílias inteiras, crianças nos braços, pessoas que não são católicas, mas que se sentiram tocadas por esse Papa tão humano”, comenta Andressa.

Francisco, o Papa que acolheu os migrantes, que deu espaço às mulheres, que falou das periferias e da ecologia com a mesma autoridade com que abordava os dogmas da fé, deixa agora um legado que ecoa nos corações daqueles que o acompanharam ao longo desses 12 anos de pontificado.

Enquanto o mundo segue em vigília e a Praça São Pedro permanece tomada por orações e despedidas, vozes como a de Andressa Collet ajudam a traduzir, com afeto e proximidade, a grandiosidade e a emoção deste momento.

 

O NACONAL