Extensionistas agem com diálogo, dedicação e empatia por um meio rural sustentável e feliz
Extensionista rural há 22 anos, Evandro Scariot trabalha como assistente técnico no Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Soledade, assessorando extensionistas agropecuários e sociais na promoção de um meio rural desenvolvido. “Isso é fundamental para que os agricultores estejam seguros, motivados, organizados, tenham acesso à terra, saúde, lazer, cultura e meios de produção adequados para uma agricultura sustentável, que possa se viabilizar do ponto de vista social, econômico e ambiental, tanto no presente como no futuro”, avalia, ao defender o olhar extensionista atento para a qualidade de vida das famílias, com preservação do meio ambiente, e voltado para a viabilidade técnica e econômica das atividades produtivas.
Scariot e tantos outros extensionistas, neste Dia Nacional da Extensão Rural e Dia do Extensionista, celebrado nesta sexta-feira (06/12), analisam o trabalho desenvolvido junto aos diversos públicos assessorados pela Emater/RS-Ascar, na prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) às milhares de famílias de vivem no campo.
“Para promover o desenvolvimento rural, é fundamental que os extensionistas consigam conhecer bem as famílias e a realidade das comunidades rurais onde atuam, conhecer as políticas públicas que podem ser acessadas e propor iniciativas a nível municipal”, defende Scariot, que destaca a importância de o extensionista manter o aperfeiçoamento e o diálogo constante com as comunidades e lideranças locais.
“O extensionista comprometido vibra com cada conquista dos agricultores e se coloca ao seu lado para enfrentar momentos de grandes dificuldades, provocados por pragas, doenças, preços baixos dos produtos, preços elevados dos insumos, dificuldades de comercialização devido à pandemia, da Covid, mas o momento mais desafiador que vivenciei foram as enchentes ocorridas no mês de maio”, revela Evandro.
SUPERAÇÃO COM UNIÃO
Em diversos municípios do Estado, as enchentes de maio registraram algumas vítimas fatais e muitas famílias de agricultores perderam sua produção, residências, infraestrutura produtiva, seus animais e cultivos. A Emater/RS-Ascar visitou as famílias e comunidades, participou de mutirões de limpeza, apoiou a elaboração de laudos para decretos de emergência e de calamidade, emitiu laudos de perdas, e ajudou na construção de iniciativas da sociedade civil e da administração pública para buscar superar a crise gerada e minimizar os duros impactos sofridos pelas famílias. Alguns extensionistas foram atingidos pelas enchentes e tiveram o desafio de enfrentar a realidade, ao mesmo tempo que precisavam contribuir para minimizar as perdas dos agricultores atingidos.
Além dessas ações, os extensionistas da Emater/RS-Ascar, durante as enchentes de maio, participaram de ações, como apoio na captação de recursos e na coleta e doação de sementes e mudas e outros insumos importantes para a restauração das condições ambientais, para a reconstrução da capacidade produtiva e para que as famílias se sintam motivadas a permanecer no campo e construir ou reconstruir suas vidas.
Exemplo disso é a Campanha Semear Solidário, que estimula a doação e distribuição de mudas e sementes para a reconstrução de hortas e jardins. A iniciativa permite que os atingidos resgatem sementes e passem a cultivá-las, estimulando a prática da soberania alimentar e a qualidade de vida nas propriedades rurais. As doações seguem sendo recebidas em todos os escritórios da Emater/RS-Ascar no Estado. O Semear Solidário integra a campanha estadual de segurança e soberania alimentar Sementes e Mudas para a Continuidade da Vida, desenvolvida pela Emater/RS-Ascar em parceria com a SDR.
Visando à reconstrução do Estado, na região de Pelotas os extensionistas mapearam as necessidades de doação de sementes junto aos públicos assistidos, recebendo inclusive sementes da campanha Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, da Embrapa Clima Temperado, em especial para comunidades quilombolas e assentados da reforma agrária.
“Nosso trabalho é muito gratificante, pois fazemos o que gostamos, visitamos as famílias e nos reunimos nas comunidades, nos articulamos como parceiros, sempre buscando o desenvolvimento do meio rural, contribuindo para que o meio rural se torne um lugar mais desenvolvido e melhor para se viver. Buscamos contribuir para melhorar a produtividade, a qualidade dos produtos e a renda das famílias, de modo que os agricultores possam estar satisfeitos com sua profissão e que possam escolher viver feliz no campo, aumentando a oferta de alimentos de boa qualidade e diminuindo a pressão por empregos nas cidades. É muito gratificante trabalhar numa Instituição que está prestes a completar 70 anos e está focada na preservação ambiental, na melhoria das condições de vida das famílias do campo e na oferta de alimentos de qualidade para a população”, destaca o extensionista Evandro Scariot.
REALIZAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL
Outros extensionistas também se orgulham de fazer parte da história da Extensão Rural e Social no RS, e se dizem realizados pessoal e profissionalmente por ajudar a transformar a vida das pessoas, como é o caso da extensionista Elisete Vani Girotto, do Escritório da Emater/RS-Ascar de Bom Princípio. Ao completar 30 anos de atividades como extensionista social rural, está se despedindo da Extensão Rural, agradecendo colegas e chefias pelos bons resultados alcançados. “Olhando minha caminhada nesta Instituição maravilhosa, que é a Emater, percebo o quão realizada e feliz estou, fechando esse ciclo”, diz, ao destacar a importância da Extensão Rural desde sua adolescência. “Meu pai foi um líder sindical, fundador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Lucena. Ele, enquanto presidente, junto com a administração municipal, instalou um escritório piloto da Emater naquele município, no ano de 1978. E lá, desde a minha adolescência, pude conhecer colegas que têm, já há mais de 66 anos, esta casa como referência em Assistência Técnica e Extensão Rural e Social”, avalia.
Para Elisete, o espaço rural e a agricultura familiar estão ligados à continuidade da vida. “Todo o trabalho social que desenvolvi teve como objetivo dar visibilidade para a agricultura familiar, suas comunidades e o espaço rural, pois a Emater faz diferença nas instâncias de decisões e de construção coletiva de ações, com diversas entidades e lideranças nos municípios”, diz a extensionista. “O nosso trabalho tem valor, temos um nome relevante. Ser extensionista rural, para mim, foi uma grande missão e eu gostaria de agradecer a todas as pessoas que eu tive a oportunidade de trabalhar, aprender, ter como exemplos positivos. Viva a extensão rural!”, celebra.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
Comentários (0)