Expointer 2025: Border Collie auxilia agricultores familiares no manejo de rebanhos

Expointer 2025: Border Collie auxilia agricultores familiares no manejo de rebanhos
Foto: João Vicente Ribas. Emater/RS.

A Emater/RS-Ascar vem incentivando uma tecnologia de manejo de rebanhos que tem ganhado cada vez mais espaço nas propriedades rurais: a utilização de cães no pastoreio de rebanhos. E, em parceria com as associações Brasileira, Gaúcha e do Mercosul de criadores de Border Collie, a Instituição apresenta na 48ª Expointer o trabalho desses cães pastores.   

Durante os nove dias de feira, o público poderá acompanhar demonstrações práticas de pastoreio, além de conversas e orientações sobre a importância e a eficiência da raça no manejo de rebanhos. “Os visitantes interessados terão a oportunidade de esclarecer dúvidas, conhecer mais sobre como os cães atuam no campo e onde encontrar animais treinados”, explica o extensionista rural Leandro Hanich. Entre as atrações confirmadas está a cadela Chula, presença garantida no Espaço da Emater/RS-Ascar, localizado na Quadra 9 do Parque de Exposições Assis Brasil, ao lado do Pavilhão da Agricultura Familiar.   

Leandro destaca os benefícios da prática, especialmente com a raça considerada uma das mais inteligentes do mundo. A escassez de mão de obra no meio rural torna a presença dos cães pastores uma alternativa valiosa. “O Border Collie ajuda a reduzir a penosidade do trabalho e otimiza o tempo no manejo, permitindo que o produtor se dedique a outras tarefas, como arrumar uma cerca, revisar equipamentos ou até mesmo aproveitar um momento de descanso com a família”. 

Selecionada há mais de 300 anos para o trabalho com rebanhos, a raça apresenta agilidade, resistência e grande capacidade de resolver problemas mesmo sem a presença constante do condutor. Para o manejo, não são critérios determinantes a cor ou o tamanho do animal, mas sim o instinto e o interesse pelo trabalho com os rebanhos. “Com um treinamento baseado em cinco comandos básicos – como deitar, tocar, esquerda, direita e vir – o cão é capaz de conduzir o rebanho, auxiliar na troca de piquetes e até manter os animais organizados em bretes durante a aplicação de medicamentos”. 

Um exemplo é a cadela Chula, de dois anos, que já se tornou indispensável no dia a dia da propriedade. “Ela praticamente faz todo o serviço, desde reunir os animais até manter o rebanho parado enquanto realizo os tratamentos”, relata Leandro. 

O grande diferencial do Border Collie em relação a outras raças utilizadas no pastoreio está na forma como conduz os rebanhos: ele trabalha de maneira natural, sem estressar os animais e respeitando o ritmo de cada um, o que garante bem-estar e evita perda de peso. Essa característica é especialmente visível em vacas ou ovelhas com cria, já que o cão acompanha o tempo do filhote sem forçar a marcha. 

Altamente inteligentes e instintivos, os Border Collies conseguem percorrer longas distâncias – chegando a mais de um quilômetro – e resolver situações de manejo mesmo sem a presença do condutor, como atravessar áreas de difícil acesso ou reagrupar animais dispersos. Além disso, para esses cães, o trabalho não é obrigação, mas prazer: desde filhotes demonstram o instinto de conduzir rebanhos, tornando o pastoreio não apenas uma atividade produtiva, mas também parte natural de sua essência.  

O extensionista reforça que a função do cão não substitui a do trabalhador rural, mas auxilia no manejo do gado. “Ele não realiza tarefas como dosagem de medicamentos, abertura de porteiras ou vacinação. No entanto, o cão otimiza o trabalho de um funcionário. Por exemplo, se é preciso direcionar o gado para uma porteira ou em determinada direção, o cão pode conduzir o rebanho, guiando-o para o local desejado. Sem o auxílio do cão, seria necessário contar com um ou dois trabalhadores adicionais para realizar a mesma tarefa. Portanto, o cão não substitui o trabalhador, mas aprimora significativamente seu desempenho”. 

 Para Leandro, é necessário ter um cuidado especial ao trabalhar com esses animais, que são muito sensíveis e carinhosos. “É preciso gostar deles, amá-los. Não se pode simplesmente adquirir um Border Collie e começar a pastorear sem essa conexão. Os cães são muito interessantes e inteligentes, e facilitam bastante o trabalho. No entanto, é essencial amar o que se faz”. 

Para o pecuarista Felipe Cardoso, de São Francisco de Paula, o campo vem sofrendo com a falta de mão de obra. “Esses cachorros da raça Border Collie fazem o trabalho de quatro ou cinco campeiros. Eles não estressam nem machucam os animais e ajudam muito no nosso trabalho do dia a dia no campo, sempre respondem aos comandos”, destaca Felipe.   

A 48ª Expointer acontece de 30 de agosto a 7 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O Espaço da Emater/RS-Ascar situa-se na quadra 9, ao lado do Pavilhão da Agricultura Familiar, com mais de 200 trabalhadores prontos para receber os visitantes com um bom chimarrão, informações e demonstrações tecnológicas. 

 

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar