Dos tempos do Império: Empresa mais antiga do RS fecha após 170 anos de atividade

Dos tempos do Império: Empresa mais antiga do RS fecha após 170 anos de atividade
Empresa foi fundada em 1855 (Foto: Divulgação)

Fundada em 1855, a Azevedo Bento, considerada a companhia em operação mais antiga do Rio Grande do Sul, anunciou o fim das atividades. A indústria de sal, dona da marca Pirata, não resistiu aos efeitos logísticos da enchente histórica que paralisou Porto Alegre e a região metropolitana em 2024.

Em comunicado, a empresa explicou que o fechamento está ligado às dificuldades na hidrovia que liga Porto Alegre ao oceano. Após a inundação, o calado do canal foi reduzido, limitando a carga de navios a granel e elevando os custos do transporte marítimo a patamares considerados inviáveis para a operação.

Do Império à economia global

A trajetória da Azevedo Bento começou no período imperial, quando o comerciante João Batista Ferreira de Azevedo inaugurou um armazém de secos e molhados no centro de Porto Alegre. Com o tempo, a firma se consolidou no ramo de alimentos e passou a atuar na importação e exportação, mantendo filiais em cidades como Rio Grande e Pelotas.

No século XX, a empresa diversificou negócios, representou companhias de navegação e ampliou a venda de produtos coloniais, além de consolidar sua atuação na produção e distribuição de sal. A marca Pirata, criada nesse período, tornou-se uma das mais conhecidas do setor.

Últimos anos e o impacto das enchentes

A Azevedo Bento enfrentava dificuldades financeiras desde a década passada e encerrou um processo de recuperação judicial em 2022, quando foi adquirida pela Indústria de Sal Romani, do Paraná. Mesmo com o novo controlador, a operação não resistiu à crise logística gerada pela enchente de 2024.

A seda da empresa, localizada na região do 4º Distrito de Porto Alegre, às margens do Rio Guaíba, foi completamente tomada pelas águas.

 

FONTE: INFOMONEY 2025