1893 – 1895, por Neivo A T Fabris. Edição de 01/8/2025
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1893 – 1895 - Parte I
Há 130 anos chegava ao fim aquela que foi a mais sangrenta das guerras civis travadas em solo rio-grandense: a Revolução Federalista. Ocorrida entre 1893 e 1895, o conflito colocou em trincheiras opostas os republicanos e os federalistas. Os primeiros, liderados por Júlio de Castilhos, defendiam a república positivista ditatorial, e os federalistas, que tinha a frente Gaspar Silveira Martins, eram adeptos de uma república parlamentarista liberal. Castilhos, líder supremo do Partido Republicano Riograndense (PRR), recebeu o apoio do Mal. Floriano Peixoto, então na presidência do governo central. Ao final da guerra prevaleceu o ideário castilhista e a Constituição Estadual de 1891, por ele redigida. De igual modo, um saldo de aproximadamente 10.000 mortos, parte de modo cruel, o que levou a ser lembrada de Revolta da Degola. O território ao norte do município de Passo Fundo só seria colonizado na primeira década do século XX e figurava na cartografia como Sertão do Alto Uruguai. Nesta, e na próxima semana, a coluna reproduz apontamentos sobre o tema feito por esse escriba e apresentado no Seminário 110 Anos da Batalha de Passo Fundo, realizado no dia 26 de junho de 2004.
A Revolução Federalista e o
Sertão do Alto Uruguai - Parte I
Ao escrever sobre o povoamento do território pela raça branca e os fatores pró e contra que antecederam a criação do município de Passo Fundo no ano de 1857, Francisco Antonino Xavier de Oliveira foi o primeiro a apontar o Sertão do Alto Uruguai como local de refúgio. O registro feito por ele se refere ao Cacique Manoel Grande e seu grupo, após o assassinato de Clementino dos Santos Pacheco, um dos proprietários da Fazenda Quatro Irmãos, e alguns dos seus funcionários. O historiador registra nos “Annaes do Município de Passo Fundo”, publicado em 1908, que a Revolução Federalista ocorrida entre 1893 e 1895 teve reflexos diversos na área que então estava sendo cortada pela ferrovia que seria inaugurada em 1910.
II - Na obra “Serra do Erechim – Tempos Heroicos”, impressa pela Livraria Modelo no ano de 1983, Juarez Miguel Illa Font destaca a importância da ferrovia entre Passo Fundo e Marcelino Ramos, e também das Estações instaladas no trecho e que deram origem a inúmeras cidades. O autor, patrono do Arquivo Histórico Municipal de Erechim, informou quem foram os primeiros moradores, “a maioria refugiados da Revolução de 1893”, que deram o nome de Barra ao local posteriormente denominado Marcelino Ramos. Sem citar a fonte, Illa Font dá de entender que a guerra civil entre gasparistas e castilhistas fez da região um local de abrigo àqueles que se sentiram ameaçados pelo conflito. O mesmo em relação a foragidos da Justiça.
III - Em que pese estar afastado do cenário da guerra civil, entrechoques ocorreram na área onde estão os mais de trinta municípios que integram a Amau. Um dos fatos é apontado por Illa Font: “Da serra do Capo-Erê, próximo ao Arroio Teixeira, comandando 190 homens, Veríssimo Ignácio da Veiga frequentemente ameaçava a cidade de Passo Fundo”. E segue: “Por isso a força legal incursionou pela serra a fim de batê-lo”. E, ainda: “Certa vez deu-se memorável combate conhecido pelos nomes de Guamirim ou Arroio Teixeira, no qual homens de Veríssimo, à falta de armas, usavam espadas feitas com madeira de guamirim”.
IV - Outra referência do autor de Serra do Erechim sobre o tema se refere às lembranças de Raul Kurtz Barbosa, filho de João Barbosa de Albuquerque e Silva, lindeiro de Paulo Bento de Souza, uma das primeiras fazendas da região. Na página 83 da obra registra: “No dia 16 de junho de 1893 os republicanos (partidários de Júlio de Castilhos) fizeram uma investida contra os federalistas (seguidores de Gaspar Silveira Martins) acampados no Tabuão, entre os quais foram mortos Jorge Pessoa, um seu filho, e Vitório Fanha”. E detalha: “Os chefes legalistas eram o tenente-coronel Manoel Bento de Souza, major José Claro de Oliveira, e o capitão Alípio Ferreira Leão...”.
Curtas
# Seis projetos de lei do Poder Executivo de Getúlio Vargas entraram na pauta da sessão da Câmara de Vereadores na noite de quinta-feira (31).
# A indicação 12/2025, assinada pelo vereador Vilmar Antônio Soccol (União), solicita à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) a construção do trevo de acesso ao Distrito de Souza Ramos.
# A de nº 13/2025, apresentada pelo vereador Aquiles Pessoa da Silva (PP), solicita ao município de Getúlio Vargas um programa de ampliação e reforma de moradias de famílias de baixa renda.
# O município de Estação passará a contar com o Programa Acompanha RAPS (Rede de Atenção Psicossocial).
# Para implantar e manter uma equipe responsável pelo projeto, o governo do Estado, através da Secretaria da Saúde, fará um repasse mensal de R$ 20.000,00.
# A portaria oficializando o repasse para o Fundo Municipal da Saúde de Estação foi assinado no início da semana pela secretária Arita Bergmann,
# O município de Estação abriu processo seletivo simplificado para cadastro reserva para as áreas de saúde e educação.
# Para a saúde são três vagas: psicólogo coordenador de ações institucionais, e assistente social, médico psiquiatra, e psicólogo para a equipe de saúde mental.
# O prazo para a apresentação de emendas ao projeto que dispõe sobre a Política Municipal do Meio Ambiente do município de Getúlio Vargas encerra nesta sexta-feira (01).
# A apresentação das emendas e a consulta ao projeto podem ser feitas no site da Câmara de Vereadores https://getuliovargas.rs.leg.br/
# Em decisão conjunta a Associação Empresarial Sertanense e o governo municipal cancelaram a realização da Expo Sertão 2025.
# Dentre os motivos, as dificuldades enfrentadas pela população, pelos produtores rurais, comerciantes e empreendedores locais.
Nas fotos - Da série “Vistas de Getúlio Vargas”














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