Getúlio Vargas 90 Anos – EDITORIAL - Uma cidade, muitas crônicas!

Getúlio Vargas 90 Anos – EDITORIAL - Uma cidade, muitas crônicas!

EDITORIAL: Uma cidade, muitas crônicas!

 

Com temática do cotidiano, a crônica é um texto, tanto ligado ao jornalismo, quanto à literatura. Ela pode ser dividida em dois tipos: a crônica narrativa e a crônica argumentativa. Em geral, os assuntos abordados são voltados ao cotidiano das cidades e a crônica pode ser entendida como um retrato verbal particular dos acontecimentos urbanos.
Os bons cronistas são, em geral, os que conseguem fazer a leitura no dia a dia de suas vidas, muitas vezes se voltando ao passado. Eles formulam impressões, ideias ou visões da realidade que não foram percebidas pela grande maioria. Em que pese não ser uma regra, as crônicas, no geral, tratam de assuntos mais leves e de um modo humorístico.
Atualmente a crônica se configura como um texto breve, de fácil adaptação, que utiliza uma linguagem coloquial para narrar fatos do cotidiano. O gênero remonta ao século XIX, quando da chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro, rompendo a proibição da existência de gráficas, edição de jornais e impressos, que perpassam os primeiros três séculos, desde o início da colonização lusa na América.
Escritores como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos, Lima Barreto e João do Rio, para citar apenas cinco nomes consagrados, ajudaram a divulgar o interesse pela crônica. No Rio Grande do Sul os nomes mais lembrados da crônica são Caio Fernando Abreu, Luís Fernando Veríssimo, Luís Antônio de Assis Brasil, Martha Medeiros e Sérgio Faraco, este último, merecidamente escolhido como patrono da 70ª Feira do Livro de Porto Alegre, realizada em novembro.
Para este especial, alusivo aos 90 anos do município de Getúlio Vargas, o 34º elaborado pela equipe do jornal, selecionamos textos de alguns cronistas que, ao longo das últimas décadas, publicaram no periódico. Desde a primeira edição do semanário AVS-GV, que circulou no dia 12 de novembro de 1992, as páginas do jornal sempre estiveram franqueadas aos colaboradores. O mesmo se deu a partir de novembro de 1999, com A Folha Regional.
O sucesso das crônicas assinadas por Roberto Lando, enviadas pelos Correios para publicação no jornal, renderam um belo livro, lançado no ano de 2012 durante o tradicional encontro dos getulienses em Porto Alegre, reunindo dezessete crônicas. Neste mês de dezembro, quando o município comemora seu 90º aniversário, virá a lume outro livro de crônicas do também saudoso Heitor José Filippon, publicadas no semanário local. A obra foi organizada pelo filho Daniel e pelo sobrinho Paulo Roberto Dalacorte, outro colaborador diletante.
Além das crônicas dos dois citados, incluímos outras, publicadas em jornais editados em Getúlio Vargas em diferentes épocas. Os periódicos integram a Hemeroteca do Instituto Histórico e Geográfico de Getúlio Vargas, à disposição do público. Muitos dos jornais editados no município já foram digitalizados e estão disponíveis na internet. O trabalho de digitalização tem sido possível graças ao projeto aprovado pelo Conselho Municipal da Cultura, através da Lei Paulo Gustavo, que pode ser acessado no site da Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Desporto de Getúlio Vargas.

 

Getúlio Vargas RS, 13 de dezembro de 2024.
Neivo A T Fabris e Anissara Zir