Avança o processo sobre adolescente que matou a facadas uma criança e feriu outras três pessoas em escola gaúcha

Avança o processo sobre adolescente que matou a facadas uma criança e feriu outras três pessoas em escola gaúcha
O ataque ocorreu no dia oito de julho. Foto: PC/RS

Em manifestação final no processo sobre o adolescente de 16 anos que matou a facadas uma criança e feriu outras três pessoas em uma escola de Estação (Norte gaúcho), o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) solicitou que o infrator passe por medida socioeducativa de internação. O incidente completa um mês nesta sexta-feira (8).

O menor já está internado, mas em caráter provisório (também a pedido do MPRS), desde o dia do incidente. Ele responde pela prática de atos infracionais análogos a homicídio qualificado (quando há agravantes) e cinco tentativas de homicídio qualificado.

De acordo com o promotor de Justiça Alexandre Vinícius Murussi, a continuidade da internação é necessaria para assegurar “a proteção da sociedade e a adequada resposta institucional diante da violência praticada”.

A nova solicitação foi apresentada nos memoriais, etapa após o período de produção de provas e durante a qual foram ouvidos depoimentos de testemunhas – bem como a defesa do garoto. Também estão concluídas as perícias psicológica e psiquiátrica.

Agora o processo avança para as alegações finais da defesa, antes de ser julgado, em data ainda não definida. A incumbência é da juíza de Direito Dolores Kramer, da 2ª Vara Judicial do município de Getúlio Vargas.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o trâmite todo deve ser concluído em no máximo 45 dias, prazo que abrange desde a internação até a sentença.

Ataque brutal

Na manhã de 8 de julho, uma terça-feira, o adolescente chegou de bicicleta e mochila nas costas à Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, na área central de Estação, pequeno município com menos de 6 mil habitantes.

Ele era conhecido por professores e funcionários da instituição de ensino, que acessou pela porta da frente. Alegando que precisava entregar um currículo, ele foi à secretaria e depois ao banheiro, de onde saiu armado em direção a uma turma de 5ª série do Ensino Fundamental.

Alguma dificuldade em levar adiante o plano na sala de aula teria feito com que se dirigisse a outra turma, de 3ª série. Ali ele desferiu os golpes que mataram um menino de 9 anos, feriram duas meninas de 8 e também uma professora de 34, antes de ser contido por terceiros e, minutos depois, apreendido pela Brigada Militar (BM).

Em pânico, alunos correram para fora do estabelecimento em direção à rua. Muitos encontraram guarida em residências próximas da instituição, com a ajuda de moradores, sem entender muito bem o que estava ocorrendo.