Município de Quatro Irmãos recebe, em janeiro, mais um encontro da Família Palma

Município de Quatro Irmãos recebe, em janeiro, mais um encontro da Família Palma
Foto arquivo pessoal.

São pelo menos três dias para relembrar momentos vividos e históricos

Como acontece em todos os anos, o município de Quatro Irmãos estará recebendo, em janeiro de 2024, mais um encontro da Família Palma, evento tradicional que reúne cerca de 100 pessoas dos mais diversos lugares para relembrar e perpetuar as tradições da família, como para celebrar um novo ciclo que se inicia. Esta será a 18ª edição e a 5º do memorial.

         A Família Palma é descendente da imigração italiana que chegou no Brasil entre os anos de 1882 e 1892. Naquela oportunidade os bisavós Benedeto Antônio Casela e Stela Maria Garbuio, imigraram especificamente em 1882, vindos de Monte Beluna (Vêneto família Casela).

Verona

Andrea Palma e Domênica Schivo, vindos de Legnago (Verona, Veneto), imigraram em1882. Foram assentados na Serra Gaúcha (Guaporé). Trouxeram em sua bagagem um histórico de 400 anos e coube a 3ª geração da família a manutenção do patrimônio com as marcas deixadas pelas famílias.

Dez filhos

 Casela e Palma, ou seja, Ernesto Palma e Romilda Casela Palma formaram o casal que deu continuidade da família Palma. Tiveram dez filhos, tendo como primogênito masculino Amélio Palma que casou-se com Angela Catharina Belusso Palma. Desta união nasceram os dez irmãos que idealizaram o Memorial dos Palma, no Município de Quatro Irmãos.

Rio Padre

 Da Serra Gaúcha, o caminho em busca de mais terra agricultável, foi por Mato Castelhano, Erechim pela colonização de 1908, posteriormente para Jacutinga, seguindo por Rio Padre, onde ocorreu o primeiro encontro de família e, finalmente, Quatro Irmãos.

 Da casa construída pelo pai foi fundado o memorial, para a guarda fiel dos 400 anos de história trazida pelos bisnonos, somando com a do Brasil.

Fevereiro de 1938

 O primeiro encontro de família foi por iniciativa de Ernesto Palma em Rio Padre, início do ano letivo da escola em que Romilda era professora. Foi em fevereiro de 1938 com presença da família e amigos.

“Eu tinha apenas 4 meses, supomos que desta multidão, em frente à igreja ainda vivem minha tia Gema, irmã de mamãe com 97 anos e eu com 86, ainda bebê, no colo de papai”, lembra Nelson Palma.

Parentes e amigos

 A cada encontro se reúnem cerca de 100 pessoas entre parentes e amigos. São pelo menos três dias de relembrar momentos vividos e históricos. “A prosa é tão ansiosa que um chega a atrapalhar o outro”, pontua Nelson.

 Dos nonos Ernesto e Romilda descenderam 10 filho, dos dez filhos 165 primos, dos dez irmãos descenderam 25 filhos, 15 netos, 2 bisnetos e 3 tataranetos (tetranetos). “Uma família numerosa, mas decrescendo a cada geração. O histórico de óbitos a partir dos descendentes dos filhos dos nonos é tão pequeno que podemos desprezá-lo. Não temos histórico de delinquentes ou de alguém que desabone a conduta na sociedade”, pontua Nelson.

Memorial

 Desde a imigração foram 8 mil partindo da família e 35 milhões no total de descendentes da imigração italiana no Brasil que, segundo fontes do IBGE, é maior que a população de muitos países.

 “Nosso memorial é um museu que guarda todas as pequenas coisas que marcaram a história, desde ferramentas, fatos e dados. Até a cuna (berço), que embalou os dez irmãos, lá está. Muito pobrezinha e feia, mas de um carinho e meiguice inigualável. É de chorar a cada encontro. Enfim, reviver o histórico é renascer a cada vez, reforçar os sentimentos e sentirmos presente o que já se foi. A saudade sempre foi a lembrança dos bons momentos”, finaliza Nelson Palma.

Por Carlos Silveira.